quinta-feira, 17 de março de 2011

Noite adentro


Queria dormir, não consigo, fico tirando o esmalte da unha e pensando em como seria bom estar em outro lugar. Por quanto tempo mais eu vou esperar que algo de extraordinário aconteça e me tire daqui? Não sei. Mais um dia vai terminando e a madrugada dando o ar de sua graça, e eu nem sei se o céu ainda é estrelado, mas se não for, não fará a mínima diferença. No toque rápido das teclas do computador e o volume baixinho da tv, vou sentindo a nostalgia tomar conta e trazer de volta tudo o que já vivi de bom de ruim também. Queria estar longe daqui, fazendo outras coisas e transformando o mundo. Há tempos que eu não ficava mais acordada, sozinha na sala. Já havia esquecido o quão ruim isso é. A casa vazia e as luzes acesas, em pleno auge da minha viagem psíquica o peso de um domingo a noite é inconfundível.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Já faz algum tempo

Já faz algum tempo que eu tenho visto algumas coisas curiosas, que eu não via antes, por não querer ver. Já faz algum tempo que os dias estão ficando mais curtos, porém não menos tediosos e cansativos. Toda tardinha chove, limpa a terra, a rua, leva embora a sujeira da beira da estrada, mas não consegue levar o que eu mais queria que a chuva levasse. Não leva embora aquela minha sensação de sempre faltar alguma coisa, de meu mundo estar sempre vazio e de minha felicidade nunca ser verdadeira. Já faz algum tempo que o dia nasce do mesmo jeito e acaba também assim. Já faz algum tempo que eu venho querendo mudar isso, mas também já faz algum tempo que eu não estou conseguindo. Por que? Não me pergunte, apenas tente entender. Até porque já faz algum tempo que tenho percebido que nem vale mais a pena perguntar nada sobre a vida, apenas entende-la, e esperar que no seu tempo, ela possa se explicar. Eu sei, explicações e entendimentos nem são tão importantes assim, mas eu ando precisando, já faz algum tempo.

Carnaval Interminável

Melhorar. Essa é a palavra que eu mais tenho pensado nos últimos dois dias. Deve ser porque, querendo ou não, é a única alternativa que me resta. Já que eu não vou mudar nada sentada no sofá e nem viver melhor apenas pelo fato de estar viva, decidi encarar as coisas de frente, e pasmem, alegre. Uma hora as coisas podem mudar, os fatos mudam e o conjunto deles mudados, traz uma pontinha de felicidade, que há alguns dias, eu não tinha mais. Mais calma, pés no chão e sei que logo logo, chega o final de semana novamente e tudo volta a parecer lindo. Aí vem o domingo e destrói tudo, mas não importa, esse é o ciclo eterno que vivemos. Dentre o feriado interminável de carnaval e as cores que muito bem o ilustram, eu sou só mais uma personagem a espera de resultados eternos, que sempre e indiscutivelmente, trazem conseqüências. Hoje acaba tudo, enterramos os ossos e voltamos a realidade que na verdade, ainda é um pouco mais desanimadora.