quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sorrisos

Há quanto tempo eu não sentia esse perfume dos sorrisos. Nossos sorrisos. Os dentes brilhando e os olhos também.Os meus olhos ora azuis, ora verdes, os teus, sempre castanhos, e o melhor de tudo: insanos. Na mesma simplicidade em que ele se foi, ele voltou. O sorriso, o perfume, nossos sorrisos perfumados naquela noite de fevereiro. Os teus dentes brilhando, os meus escondidos. Mas o olhar foi tão intenso, e tão simples. Simples assim, como aquela noite se transformou em dia. No dia de hoje.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Nada

Decidi largar de mão. Não adianta de nada ficar o tempo todo tentando fazer com que as coisas deem certo, quando na verdade, tudo colabora pra isso não acontecer. Cansei de papo furado, conversa fiada e sem nexo. Quando não é pra ser, realmente não é. E comigo não é mesmo. Nada é comigo, nada me importa, nada dá certo, nada me cura, nada me satisfaz.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A carta

Perambulando pelos meus sonhos de algumas noites atrás, encontrei de novo aquela carta que eu de verdade, não era pra ter encontrado. Nem nos meus sonhos mais sem sentido ela deixou de aparecer. Sem um assunto concreto e sem mostrar o que queria comigo, eu apenas consegui sentir nela uma energia que as outras não tinham. Mais que um destinatário ou um título, ela tinha parágrafos e aromas, frases e sentimentos, pontos e almas. Mais do que uma carta pra me fazer lembrar, ela conseguiu me dar de novo aquela certeza de que eu jamais vou esquecer.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sem coração

E me disse mais uma vez que não se interessava por aquilo, eu insisti, e percebi mais uma vez que mentia. Mentia pela doce ilusão de enganar-se a si mesmo, de enganar seu mundo, sua alma e seu coração. E se em algum dia já não quiser mais mentir, será, certamente porque descobriu que aquele peito de lata, que nem tinha coração, percebeu que ele bateu, e doeu.

Desculpas e perdas

Esqueça todos aqueles pedidos de desculpa e venha de novo dizer que não aguenta mais as minhas verdades na tua cara, escorrendo pela tua pele, que de quando em quando tomam forma de uma gota, uma lágrima. Somando todos os teus argumentos não consigo chegar nem na metade da intensidade do que eu chamo de vontade de viver de novo, e não sobreviver. Fico pensando em como seria a sensação de perceber que novamente eu perdi, por vontade própria, o que um dia pensei que fosse felicidade.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Teoricamente falando

Tintin por tintin, agora eu sei como é. Tudo eu vi, percebi, processei e entendi. Só ficou aquele pontinho de interrogação que a gente nunca vê, mas sabe que existe. Melhorar foi fácil diante da complexidade do teu inconsciente. A minha vida é só um asterisco quando penso em tudo o que deve ser a tua alma, e deve ser por isso, que de fato, eu desvendei esses mistérios, os teus mistérios, os meus dilemas. Peço todo dia para as minhas forças cognitivas superarem o poder da tua psicanálise. Será? Sonho por sonho, memória por memória, toque por toque e beijo por beijo, eu percebo que a tua teoria não é melhor que a minha, mas me completou.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Resumir

Tudo se resolve, se muda, se controla. Aprendi com o passar do tempo a gostar disso, afinal o que seria de nós se não pudéssemos voltar atrás? Não que isso seja bom, mas é necessário, e muito. Arrepender-se é sim um bom sinal, sinal de que a ficha caiu e o jogo se abriu. Quando eu me arrependo e volto atrás eu resolvo, eu mudo, eu controlo. Resolver e mudar é bom demais, mas controlar nem é tão bom assim, na real o que eu queria era deixar rolar, explodir, transbordar, superar. Melhor mesmo é resumir. Enquanto isso eu resumo e me parto ao meio, deve ser melhor estar na metade do que cheia, de qualquer coisa.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ponto e vírgula

Deve ser porque eu não tenho mais paciência, que tudo assim, de uma hora para outra, se tornou indissolúvel. Não consigo mais simplificar as coisas, vira bola de neve, tempestade. O teu mundo deveria ser o meu, e o meu, o teu. Não é assim, e nunca vai ser. Bobagens deixadas pra trás, coisas não ditas, expressões sem sentido, tudo isso fez do hoje o que vemos, nostálgico e retalhado. Volto pra trás e vejo o que deixamos, uma virgula atravessando a frase pra remediar um ponto final.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Mudar e Mexer




Há realmente alguma coisa que mexe com a minha cabeça dia-a-dia, com certeza nunca saberei ao certo o que é, mas sei que mexe. Mexer pode até nem ser tão ruim quanto soa a palavra, talvez até nem seja essa a palavra própria pra sensação que eu sinto. Talvez mudar. Meu pensamento muda de instante a instante, e junto com ele, minhas sensações e certezas. Mudar de opinião, de casa, de cidade, de amigos e porque não de vida? Ser mais leve e pensar mais leve, sentir mais forte e saber que nada daquilo que eu realmente quero e preciso é impossível. É, assim, pra quem me lê, parece muito fácil, mas sei que não é assim, sei que o meu mudar não é tão simples, mas sei também que mexer com a minha cabeça é a coisa mais simples do mundo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Noite adentro


Queria dormir, não consigo, fico tirando o esmalte da unha e pensando em como seria bom estar em outro lugar. Por quanto tempo mais eu vou esperar que algo de extraordinário aconteça e me tire daqui? Não sei. Mais um dia vai terminando e a madrugada dando o ar de sua graça, e eu nem sei se o céu ainda é estrelado, mas se não for, não fará a mínima diferença. No toque rápido das teclas do computador e o volume baixinho da tv, vou sentindo a nostalgia tomar conta e trazer de volta tudo o que já vivi de bom de ruim também. Queria estar longe daqui, fazendo outras coisas e transformando o mundo. Há tempos que eu não ficava mais acordada, sozinha na sala. Já havia esquecido o quão ruim isso é. A casa vazia e as luzes acesas, em pleno auge da minha viagem psíquica o peso de um domingo a noite é inconfundível.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Já faz algum tempo

Já faz algum tempo que eu tenho visto algumas coisas curiosas, que eu não via antes, por não querer ver. Já faz algum tempo que os dias estão ficando mais curtos, porém não menos tediosos e cansativos. Toda tardinha chove, limpa a terra, a rua, leva embora a sujeira da beira da estrada, mas não consegue levar o que eu mais queria que a chuva levasse. Não leva embora aquela minha sensação de sempre faltar alguma coisa, de meu mundo estar sempre vazio e de minha felicidade nunca ser verdadeira. Já faz algum tempo que o dia nasce do mesmo jeito e acaba também assim. Já faz algum tempo que eu venho querendo mudar isso, mas também já faz algum tempo que eu não estou conseguindo. Por que? Não me pergunte, apenas tente entender. Até porque já faz algum tempo que tenho percebido que nem vale mais a pena perguntar nada sobre a vida, apenas entende-la, e esperar que no seu tempo, ela possa se explicar. Eu sei, explicações e entendimentos nem são tão importantes assim, mas eu ando precisando, já faz algum tempo.

Carnaval Interminável

Melhorar. Essa é a palavra que eu mais tenho pensado nos últimos dois dias. Deve ser porque, querendo ou não, é a única alternativa que me resta. Já que eu não vou mudar nada sentada no sofá e nem viver melhor apenas pelo fato de estar viva, decidi encarar as coisas de frente, e pasmem, alegre. Uma hora as coisas podem mudar, os fatos mudam e o conjunto deles mudados, traz uma pontinha de felicidade, que há alguns dias, eu não tinha mais. Mais calma, pés no chão e sei que logo logo, chega o final de semana novamente e tudo volta a parecer lindo. Aí vem o domingo e destrói tudo, mas não importa, esse é o ciclo eterno que vivemos. Dentre o feriado interminável de carnaval e as cores que muito bem o ilustram, eu sou só mais uma personagem a espera de resultados eternos, que sempre e indiscutivelmente, trazem conseqüências. Hoje acaba tudo, enterramos os ossos e voltamos a realidade que na verdade, ainda é um pouco mais desanimadora.